Mais uma vez o Festival de Poesia de Língua Portuguesa foi um sucesso e decorreu com a esperada emoção resultante da entrega e empenho de todos. Sentir a palavra e transmiti-la aos presentes foi o objectivo dos participantes . Conseguiram-no plenamente e viveram-se momentos inesquecíveis e de grande intensidade.
A ilustrar um desses momentos, fica o poema original do Daniel Malhadas, aluno do 9º ano.
Reflexos do novo mundo
Olho-me,
Com os meus próprios olhos,
Olho-me,
Visões refractadas do reflexo mostram o que há-de vir,
Um futuro de dor,
Um futuro de ódio,
Um futuro sem amor.
Como é boa a falta de amor,
Como é bom o ódio,
Como é boa a dor!
Se todos soubesse o que eu sei,
Saberiam que a loucura é a maior virtude,
E que a sanidade é a mestre da ilusão da juventude.
Como é bom recordar passados dolorosos,
Sabendo de um futuro ainda pior!
Como é bom fechar os olhos
E lembrar o mal que causei!
Tanto que todos me desiludiram,
Tanto que todos me fizeram acreditar,
E agora eu sei,
Em quantas mentiras me fizeram meditar!
Causarei a maior dor,
A todos aqueles que a provocaram,
Causarei o início daquilo que será,
Para sempre recordado como o novo mundo,
E eu serei o seu reflexo!
Durante toda a minha longa existência,
Vivi com o único propósito de me destruir a mim mesmo,
Eu fingia não saber,
Mas apenas porque não queria sofrer,
E não te queria assustar,
Mas eu estava mesmo à tua frente!
Tu já sabias de tudo!
Desde o início!
Eu sou e sempre fui apenas uma de outras mil peças,
De um longo puzzle comprado por um maluco senil fazendo-nos andar ás cegas.
Fiz tudo o que pude,
Fiz o possível,
E fiz o impossível,
Não dormi durante anos,
Corri sem parar,
De dia,
E de noite,
Mas não te encontrei…
Porquê!?
Eu que venci todos os desafios,
E até aos próprios Deuses por um fio,
Porque é que não te consigo encontrar?
Porquê!?
A morte ameaça,
A minha sanidade é cada vez mais escassa,
A escuridão é tentadora,
É mais fácil deixar-me ir,
Do que tentar resistir…
Sabes, meu amor,
Vou desistir,
Vou-me deixar ir,
Vou acabar com o nosso sofrimento,
Tanto que esperei por este momento,
O momento em que o meu e o teu lado escuro,
Seriam um só.
O momento em que deixaríamos de vez,
Todas as nossas raízes com o monstro a que gostam de chamar sociedade.
Somos felizes, Somos felizes,
Mas porque temos de fingir que o somos?
Toda a minha vida esperei pelo momento em que,
Eu e tu deixaríamos de ser humanos,
Tornando-nos num só ser,
Um só completo ser!
O ser,
O ser,
O ser!
Nós não somos felizes,
E nunca o seremos,
Porque por mais que escondamos,
Tu não me amas,
E ambos o sabemos.
Como fiz com todos os outros,
Acabei por te destruir,
Por te corromper,
Por te tornar uma de eles,
E parte de mim.
Daniel Malhadas
Os dias10, 11 e 12 de Fevereiro foram de festa na BE. Por cá passaram todas as turmas dos 2º e 3º Ciclos da escola, declamando e encenando poemas em Inglês e Francês cerca de 390 alunos.Foram momentos de aprendizagem diferente em que todos se empenharam para levar na memória a satisfação de um trabalho bem feito e de uma experiência única.
A festa ainda foi mais completa, porque o mobiliário que a nossa BE recentemente recebeu lhe emprestou novidade,colorido e mais conforto.
Festival de Poesia
A continuar e honrar a já considerada tradição da nossa escola, realizam-se, no mês de Fevereiro,na BE, os Festivais de Poesia de Língua Portuguesa e de Línguas Estrangeiras.
Inglês e Francês terão o seu festival nos dias 10, 11 e 12 e Língua Portuguesa nos dias 22, 23 e 24 de Fevereiro.
A opinião dos alunos
Sempre me interessei e intriguei com o Festival de Poesia. ”Deve der fantástico participar”- pensava eu e, no 6º ano, decidi concorrer. Não ganhei o concurso de Língua Portuguesa, mas ganhei confiança em mim, pois estive sozinho no palco perante uma “multidão“ de colegas, amigos e professores. Adquiri confiança e ganhei o prémio da experiência. No sétimo ano voltei a concorrer e ainda foi mais divertido. Concorri também ao Festival de Línguas Estrangeiras no 6º ano e eu e a minha turma ganhámos. Aí sentimo-nos “grandes” e valorizados.
Mas atenção: o importante não é ganhar.
Participa no Festival de Poesia e não te vais arrepender.
Diogo Manuel Alves Soares 8ºA
Gostei muito, porque foi organizado com empenho e dedicação; estava bem ensaiado e houve actuações muito interessantes. Gosto muito desta actividade.
Hélio Cruz – 8ºC
Eu gostei bastante do Festival de Poesia do ano passado. Gostei dos poemas, mas gostei principalmente da amizade e companheirismo que se sentia nas apresentações.
Espero que o festival deste ano iguale ou supere até o do ano passado.
João Tiago Pereira Dias – 9ºA
No ano passado não participei no Festival, mas estive presente… e gostei, porque houve momentos engraçados e de aprendizagem descontraída.
Gosto da actividade, porque é um bom momento de descontracção.
João Pedro Carvalho Silva – 8ºC